Encontro de Primavera em Linda-a-Velha

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Abelhas da Transição Portugal re-energizam-se no Encontro de Primavera em Linda-a-Velha

Foi um caloroso e soalheiro fim de semana (5 e 6 Março 2016) o que juntou quase três dezenas de abelhas vindas de Norte a Sul do país, num vibrante e frutífero bzzzzzzzz colectivo no Centro Comunitário de Linda-a-Velha.
Este Encontro primaveril da Transição Portugal (TP), o primeiro do ano, teve como objectivos principais, por um lado, atrair e integrar mais abelhas motivadas para enriquecer os trabalhos em desenvolvimento nas várias Colmeias da TP e, por outro, continuar a consolidar as actividades das abelhas já activas no Apiário, dando especial atenção à dimensão-chave da Transição Interior.
Sandra Carvalho, abelha da Coimbra em Transição membro da Colmeia do Site (e nova apicultora estagiária!) resumia assim, em poucas palavras, o Encontro: “foi bom em todos os sentidos!”. Concordando com ela, tentaremos partilhar convosco, estes vários sentidos e dimensões do Encontro – e a gratidão que levámos para casa.
O acolhimento foi excelente, como já nos habituou a ITLaV – Iniciativa de Transição de Linda-a-Velha. Desde os espaços multifuncionais do CCLAV ao ar livre ali ao lado em plena mata do Jamor, a ementa com sabores africanos globais da Paula Afonso – destacamos a feijoada vegetariana e a sopa de abóbora – e a wonder-team composta pelo Fernando, a Carla, a Ana Rita, a Annelieke e a Camy que prepararam com total dedicação as condições para que nada faltasse e as ligações mágicas entre os presentes acontecessem.
O sábado de manhã foi destinado ao cruzamento entre abelhas curiosas e estreantes, outras que, experimentadas nestas andanças, têm andado afastadas e as abelhas maratonistas “do costume”. Conhecemo-nos, visualizámos no estendal do tempo, carinhosamente desenhado pelo Fernando, a sucessão de eventos, projectos e encontros que fizeram desde 2010 a TP ser o que é hoje. À tarde a partir de uma mandala feita de papel, cascas de árvores e pedras, percebemos melhor as motivações e necessidades sentidas pelos presentes e organizámo-nos para debater, em grupos, o que nos une, a partir da nossa prática no seio das Iniciativas locais, e também, ao nível mais intelectual e de sonho o que o nosso espírito visionário gostaria de nutrir. Enquanto reuniu a Colmeia dos Formadores, dois outros grupos de trabalho incidiram sobre comunicação e reforço das ligações do Apiário com as iniciativas, formalização da TP, ideias de financiamentos próprio e possibilidades de projectos ligados à saúde integral, transição interior, volume de (sobrecarga de) trabalho de algumas das abelhas.
O Grupo de Formadores alinhavou algumas linhas estratégicas para continuar a promoção da formação sobre Transição, diversificando-a, adaptando-a a públicos-alvo específicos (jovens, membros da REAPN, investigadores, etc), consolidando as formações que existem – Introdução à Transição/Cidades em Transição e Prosperar/Thrive – e projectando as próximas, nomeadamente o próximo Prosperar, a acontecer possivelmente no Norte ainda este ano.
No círculo final de sábado, ficou clara a ligação mutuamente inspiradora entre os níveis Local, Nacional e Internacional, a importância de continuarmos a reforçá-los, e nesse espírito, ressaltaram pontos em comum entre o que se sente a nível nacional e o que já acontece a nível de algumas iniciativas (e.g.: Grupo da Saúde e Banco de Horas/Tempo da Tavira em Transição) e isso dá um sentido ainda maior ao nível local, a par disso, a responsabilidade e o impacto potencial aumentam também! Outro tema importante foi a consciência de que precisamos de pensar como libertar algumas das abelhas que estão com mais responsabilidades e elas próprias decidirem delegar essas tarefas, para que o seu contributo seja mais sustentável e satisfatório.  A diversidade presente permitiu uma vez mais reforçar a TP no seu todo pois a experiência e motivação refrescante de quem chega de novo ligou-se ao “saber-fazendo” dos que portam a chama e alimentou-a. Entre o final da tarde e as 22h, a Colmeia do Site, sempre em alegre e produtivo labor, avançou na implementação da missão refrescante de renovar e agilizar o site, ligando-o com o facebook e com os blogs/sites das iniciativas, activar a Folha de Couve e, assim, ligar-se melhor com a comunidade de transicionistas e as Iniciativas, actualizando contactos, encontrando um pivot noticioso em cada região – e talvez um correspondente internacional, o Jorge Elias, a partir de Amesterdão. Activar também a presença em publicações através da escrita de artigos assinados por abelhas da Transição sobre os “nossos” temas. Estas nobres missões contam com um apoio pontual da Transition Network.
Já no domingo, num círculo mais pequeno, pois alguns dos companheiros tiveram que regressar ainda no sábado, as energias concentraram-se para esclarecer e fazer confluir as visões de curto, médio e longo prazo para a TP, e percebemos onde queremos incidir o nosso esforço: no curto prazo, resolver a parte burocrática da forma mais ágil e resiliente, não criando ainda uma entidade legal; promover a Formação sobre Transição, reforçar os laços com as Iniciativas, partilhar as tarefas das abelhas mais sobrecarregadas, criar a nova Colmeia Cuidar, ligando Saúde integral à Transição Interior e proporcionando um mini-Encontro sobre o tema para breve em S. Luís e continuar a pensar num modelo de financiamento próprio para a TP.
Ao final da tarde de domingo, algum cansaço era visível, dada a importância dos temas em análise e a intensidade dos trabalhos mas os sentimentos dominantes eram, sem dúvida, de reforço da Confiança, Orgulho e Alegria. Tal como a Sandra habilmente resumia, é no reencontro e reconhecimento de companheira/os de Caminhada que estão noutras iniciativas, é ao sentirmos que em cada encontro reforçamos os elos entre abelhas “irmãs” que tudo isto ganha todo(s) o(s) sentido(s).

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